sábado, 9 de fevereiro de 2008

Alternativas...sem retorno...

opçoes que se têm de tomar, que impedem de se voltar para trás...não esquecendo quem somos....

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

...paragens...(d)na vida...

Nada do que temos é constante...nem mesmo que assim o pareça...nem as viagens que fazemos no tempo, (para recordar o que a vida nos dá)...nem o acesso aos sonhos do futuro (que imagina-mos ter)....nem o nosso coração (que quer sentir e bater mais forte)....nem a nossa satisfação (connosco mesmo)....nem a nossa vontade (de ir para além de...)..e muito menos os nossos planos saíem conforme o realmente planeado...
Qualquer um destes projectos não passa de uma viagem que é comprada...uma viagem de grande descoberta, em que se tira uma espécie de "bilhete" de ida, mas com uma volta indefinida, ilimitada ou mesmo proibida, sem se saber ao certo se se volta para trás num outro transporte, numa espécie de comboio que não é o nosso. E se queremos viajar para deixar para trás, e se o que queremos mesmo, podemos apanhar o do sentido contrário....mas também podemos nem se quer ter o direito ou opção de voltar para trás...á altura anterior á partida...
Um bilhete de uma viagem tem sempre alguns dados, como: "Precedente de: passado", com "Destino: país dos sonhos cor de rosa", em que tudo se torna tão realizavel, sem defeitos, nem perigos, nem coisas deformadas...onde quase tudo é quase tão perfeito quanto esperavamos...e partimos sempre em busca de algo melhor..
Quando se tira este bilhete, é com o objectivo de deixar para trás uma estação, que com o tempo se fora desgastando. As suas linhas ficaram enferrujadas com o passar dos anos, as colunas de pedra ficaram deterioradas, os vidros na bilheteira baços e sujos, o chão demasiado gasto...não há nada que nos prenda até ao momento da partida...e fica uma restia de nostalgia perdida no tempo perdido e no espaço idealizado, com um sem número de pessoas que não queriamos nada ter conhecido, mas cada dia teve um preço pela situação que surgira, e nos fora obrigada a optar...

Enfim, acabamos por querer mudar de estação, e partir para uma próxima...que acabamos por escolher (ou optar aleatóriamente), porque nos pareceu a mais parecida e adequada á nossa própria imagem pessoal...
Partimos sozinhos, com a esperança de que o passado não nos persiga, não nos volte a matar, não nos aturmente, nos deixe em paz, porque de certa forma o deixamos mesmo para trás...(e tudo o que a ele estava associado...como o estilo de vida que tinhamos, o modo de acordar, o ritmo provocado, as refeições, as pessoas e os rostos, o espaço físico...E conseguimos mesmo deixar tudo de lado...e econtrar uma nova adaptação á vida e ás novas circunstâncias e novas descobertas...
Mas o que realmente acontece, é que outras pessoas (as que se deixam para trás, podem eventualmente, decidir que as marcamos, e tomarem a mesma iniciativa que nós, e querem seguir a mesma rota só para virem ter connosco...só para saber como nós estamos agora, só para dar um abraço novo de despedida, e fugaz, forte, mas curto, confortante, mas angustiante...e para de seguida voltar a partir, como se nos fossem dizer: "apanha o proximo comboio de regresso"...matam-nos sem saberem, trazem com elas tudo o que deixamos, bocados de uma memória frágil, solitária, indefesa..mas brutalmente assassinada...que acaba por reviver e permanecer forte no pensamente (re-habita a memória de longa duração, proveniente de um inconsciente conscencializado de forma inconsciente)...acabando por trazer alguns dos fantasmas do sentimento perdido..mas o que me assusta não é a existencia dos fantasmas, mas a possibilidade de, porventura, existirem, e me separarem de mim próprio e da tomada de decisão da viagem...acabam sempre por nos encontrar, onde quer que esteja-mos...não nos deixam só, porque querem realmente encontrarnos...

O que também acontece é que, estando num banco da tal "uma estação qualquer" já escolhida e aceite, já interiorizada como "nosso lugar" que permite sonhar, existe um comboio que está constantemente a circular nos dois sentidos opostos....ora para o norte, ora para sul...ora para o norte, ora para o s...e parece que assombram as linhas, impedem de circular outros comboios em mais horários, não deixam que se comprem mais "mesmos bilhetes", que nos levem até onde nós queremos...Ao lugar dos sonhos cor de rosa...
Passa constantemente á minha frente, e à quantidade de vezes que passa, parece que já me habituei à sua presença, ao seu barulho...mas por vezes, observo-o a cortar o ar, a passar por mim com o seu barulho insurdecedor que se vai aproximando já bem ao longe, e de repente surge mesmo ao nosso lado, à nossa frente, ao outro lado... para de seguida desaparecer....e desaparecer com ele tudo o resto...o barulho, o vento, a cor, o definido da sua estrutura, como se nada fosse, nem se abanasse o chão e os meus ouvidos....e o meu coração..como um termor de terra que nos abala o interior de uma casa...

Assim, me deixa com um pequeno termor...sem saber qual o próximo comboio apanhar...devolvendo-me o conflito de invasão ao meu mais pequeno lugar de protecção..a minha pequena estação.

Mas como se isso não bastasse...fico sem saber defenir o que vivo, o que quero viver...nem mesmo o que é para mim vida...
Apenas sinto um rumo, pouco definido...sei o que quero, e quero-o...(mas não sei se muito ou pouco), nem muito menos quando o quero...acabo por definir vida, como um pequeno comboio que se apanha no início, e se vai trocando nas estaçãos, deixando marcas nos outros, que criam comboios fantasmas, que nos seguem para os próximos destinos que apanhamos. Que cada estação em que saimos, provoca uma nova aprendizagem..que evolui até ao estado máximo que queremos e nos é possivel apreender....aí surgem só, e só duas opções, sempre as mesmas opções: ou compramos um outro bilhete, com ida..ou ida e volta (de acordo com o que queremos, se há algo nos prende a voltar, ou se há algo que nos obriga a fugir....

Não há nada melhor do que fugir, para não pensar...não há nada melhor do que pensar para não fugir, como também não há nada pior do fugir ou pensar...Só assim, se decide o que se quer...fujindo e pensando ao mesmo tempo...e enquanto fujo, dos outros e dos sítios, e de mim, penso...nos outros, no sítio e em mim...mas porque penso, deixo de perceber o que que preciso ou o que quero. Tento ser objectivo, mas não sou objecto, sou sujeito, por isso subjectivo e sinto, ou perfiro apenas sentir com uma razão e um propósito...perfiro o não saber querer, ao não saber sentir...

E o melhor, é construir uma estação só nossa, em que só deixamos circular os comboios que são puxados pelo ensinamento, e andam atrelados pelas: vantagens- razões- sentimentos- emoções...porque, por enquato, para mim, vida: É um comboio que circula, sempre para a frente, e se leva quem quiser entrar, deixando pessoas nas suas estações de destino, e encontrando-as nas seguintes ou na volta, como também, na linha paralela, no mesmo sentido...podendo cruzar-se, ou afastar-se...mas enquanto não se sabe, nem se decide, anda-se sempre em frente, a correr contra o tempo com contra-tempos na linha, na chuva que impede de travar, com o sol que dilata as linhas, com o vento que impede de andar, com obstruções atrvessadas, ou com obras que se decidem fazer...

Vida é um comboio que circula sem controlo da velocidade, mas que anda sempre em frente, sabendo sempre que vá por onde for, terá uma paragem terminal...que nunca se sabe quando é..

Por isso, parei numa paragem de comboio, saí, para andar de autocarro, reunir forças para construir a minha própria estação...