quarta-feira, 18 de junho de 2008

..1000 km..

Sinto a vida a mil...a mil kilómetros de distância de uma meta..de uma meta que parece não terminar...o desafio, é não descer as rotações.. não descer as rotações e manter a sexta mudança em alta..tentar passar, fazendo vibrar o corpo com o barulho encurdecedor, que já ao longe se faz sentir...e que quando se vê um objecto disforme ao longe, não passa de uma mancha, e quando se aproxima...derrepente...e por berves momentos, vislumbra-se o que aparenta ser...a utopia do momento...sentir tudo de uma vez só...
Sentir...
Sentir a brisa a bater na cara, ou a cara o cortar do vento..enquanto se corre contra Ele, ou quando Ele empurra..quando se anda sem querer tirar os olhos da estrada, ou quando se anda de olhos vendados..uma linha recta, ou uma curva..um nevoeiro que tira a visibilidade, ou um dia solarento que mostra mais que o sol..frio ou quente...in shinning, ou in drak...o que importa é andar...andar, andar e andar...
Ter rumo, torna-se importante...mas saber qual o rumo a seguir, nem sempre é fácil..(?)..nem sempre existem placas (?), nem indicações (?), nem pontos de referência (!!!)..nada que oriente...pura e simplesmente (ou não)...se sabe que se tem de andar (para onde?), até que deixe de haver estrada (à frente!?), e aí sim (ou não)..anda-se para tráz (ou para a frente?)..e vira-se na primeira curva (esquerda ou direita?)..
Anda-se ao sabor do vento (mas o vento faz correr?!), e para o lado que Ele empura (aaahhh!!), pode parecer mau, pode parecer fora do normal (pois)...mas não é por ser forma do normal, que se torna diferente?..especial?..(e isso não é esquisito?)..
Mesmo que não haja planos...mesmo que não se esteja a idealizar...mesmo que o sol já queime os olhos, e que o ar não queira entrar..é bom (aliás, muito bom), que se tenha caminho para precorrer...
Não tenho mapa, não tenho direcção nem GPS, não tenho muito que me oriente e faça perceber que sentido tou a tomar..mas sinto que tenho caminho..(e isso basta-me para saber que quero ir por aí)..gosto mesmo disso..
Já não me é importante saber qual a próxima curva, não é importante saber a que caminho vai ter..não faz sentido saber se vou bater, ou acelarar, ou abrandar, ou manter, ou se vai falhar os travões (porque até já nem os tenho..e se tenho, já nem me lembro se estão operacionais)...tenho fuel no carro, e ele anda...cada vez mais rápido...e no entanto...com um atrelado atolhado de coisas para arrumar..

Só quero...não parar...o fuel existe e não é mito..mito é dizer que vem das bombas e não do telefone...quando parar...é porque deixei de ter carro...mas não caminho..

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